quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Maria inspira o nosso “sim”



Hoje celebramos o quarto e último domingo do Advento. A Palavra de Deus nos conduz a um dos personagens principais relacionados com o Natal, que é Maria de Nazaré. Ela se fez disponível para o plano de Deus, para a salvação da humanidade. É tempo de recordar os nossos “sins” dados ao Senhor durante nossas vidas e pedir para que continuemos fiéis, renovando a nossa adesão ao chamado do Senhor.
A oração de coleta deste domingo fornece e orienta a nossa oração: "Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição”. Esta, inclusive, é a oração de conclusão do “Angelus”, rezado às 6, 12 e 18 horas de cada dia.
O evangelho da Anunciação (cf. Lc. 1,26-38) nos leva diretamente para a casa onde o anjo Gabriel aparece a uma jovem e digna filha de Israel para revelar a vontade de Deus e pedir a sua cooperação no plano da redenção. Tudo vai partir do Sim integral que Maria disse a Deus, com tudo de si mesma e a sua beleza. O texto de Lucas fala-nos da Anunciação e, assim, já nos coloca dentro do clima de Natal.
Preparar-se para o Natal significa pedir emprestado a Nossa Senhora o que ela nos oferece como modelo de comportamento em relação ao Todo-Poderoso. Maria está diante de nós como um modelo da nossa fé, capaz de acolher todas as iniciativas de Deus.
Como para Maria, também para nós é possível responder ao chamado de Deus, que é o chamado à santidade. Uma chamada que começa exatamente neste evento da Anunciação, quando o sim de Maria abre a iniciativa de Deus de encarnar-se na história da humanidade através da ação do Espírito Santo. Podemos, dignamente, preparar o Natal, e ainda há tempo para fazê-lo se assumirmos uma atitude de serviço humilde a Deus, dizendo também o nosso “sim”.
É necessário preparar-se para o Natal de um modo digno do Senhor, como nos recorda a primeira leitura deste domingo (cf. 2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16), apresentando-nos a figura do rei Davi. Deus quer construir em nós a Sua casa. O Natal é preparar um lar adequado para que nele possa habitar o Salvador. E nós sabemos que no lugar em que Ele está, a casa é estável e duradoura, resiste a qualquer impacto da tempestade e da violência e não tem medo de nenhum ataque de qualquer gênero.
Na segunda leitura de hoje (cf. Rm 16,25-27), encontramos o significado teológico da nossa expectativa e esperança no Senhor. São Paulo escreve com grande simplicidade, mas também com profundidade, maravilhosas palavras para indicar um caminho de vida espiritual e moral para percorrer, a fim de que possamos conhecer a manifestação do mistério no encontro com Cristo.
A liturgia deste domingo, situado dentro da semana de preparação próxima para o Natal, nos ajuda a celebrá-lo da melhor maneira, como rezamos num dos prefácios do Advento, e fixar o olhar em Cristo inspirados em Maria: "Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por São João Batista. O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu natal, para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores”.
Preparemo-nos cristãmente para o Natal! Busquemos contemplar a simplicidade do presépio! Voltemos agora o olhar para Maria e José, que esperam o nascimento de Jesus, e aprendamos deles o segredo do recolhimento para saborear a alegria do Natal.
Preparemo-nos para acolher, com fé, o Redentor que vem para estar conosco, Palavra de amor de Deus para a humanidade de todos os tempos.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

               
                Neste dia 25 de dezembro celebraremos todos juntos o nascimento do Menino Jesus! Ele veio ao mundo trazendo sua mensagem de paz e salvação para a humanidade, foi crucificado e ressuscitou no terceiro dia para salvar todos os seres humanos, assim nós acreditamos e professamos nossa fé cristã.
                Vamos todos celebrar o verdadeiro natal, sem opressão, sem odio, sem guerras, sem corrupção, sem violência nas ruas, sem drogas... Eu acredito que isto é possível e você, acredita neste natal?....

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

MARIA na Liturgia do Advento

“Nós vos louvamos, bendizemos e glorificamos pelo mistério da Virgem Maria, Mãe de Deus” (Prefacio Advento IIA). Toda grande festa tem uma profunda preparação que a antecede, assim nós encontramos o verdadeiro significado do Advento, como tempo propício para nossa preparação da Solene Festa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim toda a Igreja se reúne em torno da Palavra para celebrar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus no seio da Bem-aventurada Virgem Maria. O advento é o tempo litúrgico mais mariano do ano, embora na piedade popular apareça o mês de maio, como mês de Maria. Nas quatro semanas que antecede o Natal, Maria se apresenta como a Arca da Aliança, o Tabernáculo de Deus aqui na terra, pois carrega no ventre o próprio Deus. Olhando para Maria grávida por obra do Espírito Santo, nós cristãos percebemos a força do seu Sim dado no momento da Anunciação do anjo Gabriel, com muita liberdade e consciência de sua missão de Redenptoris Mater (Mãe do Redentor). Também em nossas liturgias Deus vem ao nosso encontro, através de sua Palavra e assim estabelece um diálogo entre o Criador e sua criatura. Tendo Maria, como modelo de fé, nós daremos também o nosso sim livre e consciente a Deus; buscando assumir nossa condição de discípulos e missionários. Neste tempo litúrgico encontramos ainda uma solenidade e uma festa mariana. No dia 08 de dezembro, celebramos solenemente a Imaculada Conceição de Maria, “Maria é a toda santa, isenta de toda mancha de pecado, pelo Espírito Santo como que plasmada e feita nova criatura” (LG 56). Assim esta verdade de fé é celebrada com muita solenidade dentro do tempo do Advento; ainda encontramos no dia 12 de dezembro a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira de todo o continente latinoamericano. PADRE ERMINDO RAPOZO DE ASSIS

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O homem como criatura de Deus

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“No principio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era DeusTudo foi feito por meio Dele e sem Ele nada foi feito”. (J0 1,1-3) É impressionante como nestes primeiros versículos do quarto evangelho encontramos resumidamente toda a história da criação do homem e a salvação operada por Deus. O Salmista pergunta: “Quem é o homem, para dele te lembrares, e o filho de Adão para que venhas visitá-lo (SI 9,5). Quem realmente se abre a graça divina em sua vida, experimenta a grandiosidade deste amor criativo e misericordioso para com a humanidade. Este amor doação iniciou-se com a criação do primeiro homem e da primeira mulher que recebem como dom: “a imagem e semelhança de Deus e o domínio sobre os peixes do mar, as aves dc céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra” (Gn 1 ,26). depois que a Palavra criadora saiu de sua eterna morada e enquanto o Espírito do Senhor pairava sobre as águas, o céu e a terra foram feito e se encheram de plantas e animais. O Homem como criatura amada por Deus recebeu o sopro da Vida e -foi colocado em lugar de comando no meio de toda a criação. “Para determinar a natureza e a distinção do homem, acentua-se mais que tudo a sua criação segundo imagem de Deus. Tal característica “distingue-o nitidamente das demais criaturas”, (01). Sabemos, no entanto, que o ser humano não foi fiel a essa imerecida graça divina que recebeu de seu criador. Ele não soube conservar para si este grande dom de Deus. Por querer ser igual a Deus, acabou pecando contra seu Criado. Esta sua queda provocou o rompimento de seu estado de graça e santidade; contudo o Amor Divino é sem medida e nada o pode superar. O Criador, então, promete enviar um Salvador para resgatar toda a humanidade da escravidão do pecado. Em Gn 3,5 encontramos esta afirmação na boca de Javé: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferira o calcanhar”. A serpente representa todo mal existente no mundo e a mulher representa toda a humanidade, que deverá lutar com todas as suas forças para vencer tudo aquilo que separa a criatura de seu Criador, “Desde a entrada do pecado original no paraíso, a luta contra o poder do mal marcará essencialmente o rumo da história da humanidade” (02). Vários padres da Igreja interpretam esta passagem bíblica como uma primeira profecia da vinda Messias, de um Novo Adão que através de uma total obediência recuperaria o estado de graça que a humanidade perdera com a desobediência do primeiro Adão. Junto ao Novo Adão (Cristo) aparece a Nova Eva (Maria) que com seu SIM incondicional coopera com a Nova Criação, não mais entregue ar domínio do pecado, mas redimida pala ação salvífica de Cristo”. Virgem, lenho e morte foram os símbolos de nossa ruína. VIRGEM era Eva; ainda não conhecera varão. O LENHO, a árvore; MOFTE, o castigo de Adão. E eis que de novo Virgem lenho e morte, se tornaram eles mesmos símbolos de Vitória. Pois em lugar de Eva está Maria em vez de lenho da ciência do bem e do mal o lenho da cruz, em lugar da morte de Adão, a morte de Cristo” (03). A criação é obra do Amor Divino e se opõe a idéia de mito, pois este se apresenta como uma unidade feita de mundo e deuses, teogomia e cosmogomia, história e destino, mundano a divino. A criação se manifesta, revel a Deus mas não se confunde com Ele. Nesta revelação entende-se o homem como o Ser Criado que conhece a Deus e livremente é chamado a cooperar na’ obra criadora de Deus, isso aparece nitidamente em Gn 1,28: “sede fecundos, multiplicai-vos. enchei e terra e submetei-a”. Em sua criação, Deus aparece como o Senhor da vida que ame profundamente suas criaturas e ao mesmo tempo escolhe uma delas para continuar sua obra; o homem é indicado como o administrador de Deus perante todos os seres criados por Deus, A revelação de Deus não é algo parado ou unilateral, Deus se comunica e espera uma reposta do homem que livremente deve acolher o chamado divino, mediante sua adesão total ao projeto divino para a construção do Reino de Deus aqui. Na terra.. “Ao Deus que revela deve-se a obediência da fé, pela qual o homem livremente se entrega todo a Deus prestando. Um obséquio pleno do intelecto e da vontade e dando voluntário assentimento à revelação feito por Ele”.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Jesus Cristo: a Eterna Palavra do Pai

A Revelação de Deus aos homens através de sua Palavra é o primeiro mistério, a primeira categoria da fé cristã. Toda a economia a salvação tem como ponto central a Palavra anunciada ao gênero humano é o que expressa a carta aos Hebreus: “Muitas vezes de muitos modos falou Deus outrora a nossos pais, nos profetas; nestes últimos tempos falou a nós no Filho” (Hb 1,1). A resposta a este grande mistério da autocomunicação divina deve ser dada pelo ser humano na sua inteira liberdade, só ele, como ser dotado de inteligência e vontade, tem capacidade de corresponder generosamente ao apelo divino. Convencido de que em Jesus Cristo a Revelação chegou a sua plenitude, e que Ele é a eterna Palavra do Pai aos homens e mulheres de boa vontade. Desde a criação, Deus se manifesta como amigo do homem, criando-o a sua imagem e semelhança Diante do pecado do homem o Senhor promete enviar-lhe um salvador, Javé, dando prosseguimento a sua obra salvífica, escolhe o povo hebreu como sua parte na herança e o coloca como luz das nações, fazendo com ele um pacto de amizade, Na história deste povo. Deus vai revelando seu amor e predileção. Não aceita a concorrência de outros deuses e exige do povo o cumprimento dos estatutos da aliança através de seus profetas. Esta primeira aliança teve o grande mérito de preparar os caminhos do Senhor e nesta pedagogia divina o povo eleito foi sendo formado para a vinda do Messias. “O Senhor se fez carne e veio habitar ente-e nós” (João1, 14) Neste assumir a humanidade o Filho se encarnou na história humana e nos revelou o Pai pelo Espírito Santo. Maria de Nazaré, sendo da descendência de Abraão, recebeu em seu ventre o Filho do Deus, cumprindo sue sublime missão de Teotokos. Ela se tornou o grande modelo no cumprimento de Palavra de Deus na Nova e Eterna Aliança. Jesus se coloca acima dos profetas e doutores da lei, sua palavra é fonte de salvação para todos, Ele é o ungido de Deus e a Eterna Palavra do Pai Voltando para junto de seu Pai, Jesus deixou a Igreja como fiel portadora da Palavra e a enviou em missão pelo mundo afora. Na liturgia, esta Palavra é celebrada e anunciada e através dos sacramentos Cristo continua agindo na sua igreja em favor de todos nós. Esta palavra, anunciada pelos profetas e realizada plenamente na pessoa de Jesus de Nazaré, tem a sua força histórica e atual na vida e caminhada de nossas comunidades. Estas se colocam, a cada dia, a serviço da vida e da esperança rumo a um novo céu e um nova terra; procurando assim, construir sem demore um reino de paz, justiça e vida digna para todos. Somos impelidos pela Palavra a sermos ouvintes atentos desta grande autocomunicação de Deus, como verdadeiros profetas e seguidores de Cristo, devemos anunciá-la a todos os povos e nações. PADRE ERMINDO RAPOZO DE ASSIS

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lembrança de Aparecida do Norte-SP

Estamos na véspera do dia de Nossa Sra Aparecida , Rainha e Padroeira do Brasil, acredito que muitos estão participando da novema em preparação a esta grande festa do povo brasileiro. Em cada dez brasileiros, certamente 7 são devotos de Aparecida e a maioria deles já foram visitar a Basilica de Aparecida. Eu, pessoalmente, já fui v´árias vezes em Romaria a Casa da Mãe que nos acolhe com muitas bençãos de Deus. Lembro com carinho e emoção da primeira visão que tive do Santuario Nacional de Aparecida, foi em novembro de 1981, eu estava de férias do emprego que tinha na época e resolvi visitar meu irmão Oliveira em São Paulo. Era a primeira grande viagem que fazia sozinho, estava vivendo a emoção da maioridade com 20 anos, já pensava em ser padre. Embarquei no ônibus da Viação Itapemirim em Vitória com destino a capital paulista. Não sabia que o ônibus pasava em Aparecida, depois de várias horas de viajem, acordei dentro do Onibus e ao abir os olhos, vi logo na frente o masjestoso Santuario e não dúvida, era realmente a Casa da Padrpeira do Brasil, aproveitei esta surpresa e rezei um Pai Nosso e trê Ave Marias. Fui pra São Paulo encontrar com meu irmão mais velho, mas com a certeza de que voltaria a cidade de Aparecida do Norte para visitar Nossa Senhora da Conceição Aparecida naquela mesma semana. Depois desta visita, voltei várias vezes e ainda quero voltar muitas outras vezes para sentir de perto a presença de Deus que transforma a vida de muitos pessoas com o auxilio da Bemaventurada Virgem Maria, que sempre nos motiva a ouvir a Palavra de Deus e responder sim ao chamado divino. Padre Ermindo Rapozo de Assis

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Em Maria, o Verbo se encarnou na história humana

“O Espírito Santo virá sobre Ti e força do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer de Ti será chamado Filho de Deus”. (Lc 1,35).
Deus escolheu para si um povo do qual viria a salvação para toda a humanidade. Maria fazia parte deste povo, era da descendência de Abrão e, como todos os seus compatriotas e membros do povo da Aliança esperavam ansiosamente a vinda do Messias. Diante do pecado, Deus promete enviar um Salvador que carregaria em seu ombro todos os pecados da humanidade Se pela desobediência de Adão o pecado entrou no mundo, será pela obediência de outro homem (Jesus) que o pecado será banido da face da terra, Será da descendência de Eva que Deus fará surgir o Messias que nascerá de uma mulher, cujo nome é Maria, “Fez-se, todavia, homem para o nosso bem; aquele que ama o homem, fez-se homem, o que não era antes, Mas fez-se homem, continuando a ser ao mesmo tempo Deus, sem mudança de espécie alguma” Padre Ermindo Rapozo de Assis

terça-feira, 20 de setembro de 2011

BÍBLIA E CATEQUESE

Estamos no mês da Bíblia e refletindo, de maneira especial, sobre a travessia do povo de Deus no deserto e o consequente encontro com Ele. Falamos hoje da animação bíblica de toda pastoral e do retorno da “lectio divina”, ou leitura orante da Bíblia, em nossas reuniões de grupo e círculos bíblicos. Nesta semana a nossa Arquidiocese esteve reunida por Vicariatos nas Assembléias dos Círculos Bíblicos. Também na catequese tivemos um bom trabalho para que o aprofundamento da fé tivesse como grande fonte a Palavra de Deus. A Iniciação Cristã nos trouxe a figura dos “introdutores” para a primeira acolhida dos que chegam às nossas comunidades e que devem ser pessoas que transmitam a “palavra de Deus” pelo seu testemunho. Vivemos em tempos muito ricos e que supõem de cada um a abertura para escutar o Senhor que nos fala. Costuma-se dizer que a Bíblia é o principal livro da catequese, a mais importante fonte do processo de evangelização. Isso é fácil de entender, pois sabemos que a Bíblia é, para nós, Palavra de Deus. Se, na catequese, o que se pretende é ajudar o catequizando a realizar o seu encontro com Deus, fica clara a importância da Palavra de Deus por meio da qual se realiza esse encontro. A catequese é, sem dúvida, centrada na Palavra de Deus. O catequizando deve aprender a escutar a Bíblia e deve ser incentivado a vivenciá-la. Por meio da Palavra, Deus se comunica conosco e nós nos comunicamos com Ele. É impossível compreender exatamente o que seja a catequese sem compreender profundamente a Palavra de Deus. O Diretório Nacional de Catequese nos fala que é preciso que a catequese seja alimentada e dirigida pela Sagrada Escritura. É tão grande a força e virtude da Palavra de Deus que fornece à Igreja a solidez da fé, o alimento da alma, fonte pura e perene da vida espiritual. A própria Escritura testemunha: A "Palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 4,11). A Bíblia é, pois, o primeiro livro de catequese. Antes de a Bíblia ser escrita, Israel encontrou-se com seu Deus e alimentou sua vida de fé numa longa experiência comunitária de luta pela sua sobrevivência e dignidade. Nessa experiência vai despontando o jeito catequético de Deus, através do qual Israel foi aprendendo a ver Deus no centro de sua história e da vida de cada um. Por meio dessa longa experiência, podemos comparar a Bíblia com uma antiga “máquina de costura”, que vai costurando a aliança de Deus com o povo e do povo com Deus. O “carretel de linha” é o mistério do amor de Deus que vai penetrando os orifícios de nossa vida. A “canelinha” somos nós, que devemos corresponder à penetração da agulha de Deus em nossa vida. O importante é “firmar o ponto” e não afrouxar a costura, senão vamos “franzir” a nossa vida cristã. Através de nossa liberdade podemos cortar a linha e quebrar a aliança com Deus. A catequese é, portanto, a constante “costura” que fazemos com Deus. Não se faz roupa apenas em alguns momentos da vida. Daí a importância da catequese e de sua formação permanentes. Depois de muito tempo, por inspiração de Deus, Israel vai pondo por escrito aspectos marcantes dessa experiência vivida à luz da fé. A vivência suscita os escritos. Na catequese de Deus os fatos precedem as escritas. É a grande pedagogia da Bíblia. Os escritos que vão surgindo mantêm viva e aprofundam a fé através de releituras posteriores provocadas pelos fatos novos. Assim, o Diretório Nacional de Catequese afirma: "O texto sagrado nasceu em experiência comunitária: foi o processo que o próprio Deus escolheu para se comunicar. É função do texto bíblico alicerçar e vivificar a comunidade dos que crêem, fazendo crescer a unidade da Igreja, que não é uniformidade, mas deriva de um espírito básico de comunhão... A Bíblia nasceu na e para a comunidade de fé. Ela será vista em suas perspectivas mais importantes só quando relacionada com a comunidade" (DNC 177-185). Uma das características da Catequese renovada e ratificada no Diretório Nacional de Catequese é a "Interação fé-vida”: O conteúdo da catequese compreende dois elementos que se interagem: a experiência da vida e a formulação da fé. A interação entre fé e vida é a tarefa principal, a arte do catequista e seu constante desafio diante das situações concretas (DNC 26). Esta interação não pode ser de palavra, igual óleo no copo de água: só se mistura quando é remexido. Deve ser a interação do óleo e da água na panela quente para cozinhar o arroz. Uma vez misturados, não se separam mais. Toda a Palavra de Deus é esta grande interação entre fé e vida. A Bíblia nos traz valiosos testemunhos de mulheres e homens que declararam o quanto tiveram consciência de que Deus é parceiro e está no centro da caminhada. De tudo isto, a Bíblia é fruto e história. A Sagrada Escritura é, ao mesmo tempo, testemunho oficial e orientação autorizada do período fundador da nossa comunidade de fé. Por isso mesmo, a Bíblia é livro catequético por excelência. Na Bíblia não existem textos sem valor, banais, mesmo que às vezes se tenha esta impressão. Eles têm seus valores, ainda que ocultos. Daí a necessidade de boa formação bíblica para perceber qual catequese está por trás de tais textos. Para isto é importante dar bastante atenção ao texto. Evitar a ânsia de nos servirmos do mesmo texto para expor nossas idéias, não prestando atenção ao que ele tem a nos dizer. A pedagogia de Deus é a revelação progressiva através de palavras e acontecimentos na caminhada do povo. Nada pronto de cima para baixo. Na medida em que o povo caminhava, ia reavaliando suas reflexões e ações numa linha progressiva. A pedagogia bíblica é a reflexão na caminhada. Nada de receitas prontas. Na medida em que a comunidade caminha, reavalia reflexões e soluções do passado, às vezes corrigindo-as. É o caso, por exemplo, da responsabilidade pessoal. A pedagogia bíblica nos ajuda a ver problemas e nos mostra que suas soluções estão na comunidade de fé, onde aprendemos a traduzir em oração e em catequese tudo o que acontece: alegria, dores, esperanças. Neste sentido, é importante o uso de uma linguagem simbólico-cultural, que situa catequista e catequizando em sua cultura. Contudo, é preciso valorizar ainda mais a importância da Bíblia a nível pessoal e comunitário, e promover uma catequese que seja fundada na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, vivificando os programas catequéticos e os próprios catecismos, a pregação e a piedade popular. Em todas as catequeses integrais devem estar sempre presentes, inseparavelmente unidos, o conhecimento da Palavra de Deus, a celebração da fé nos sacramentos e a profissão da fé na vida quotidiana. Deste modo, estaremos fazendo e vivendo uma catequese pautada na Palavra de Deus e tendo a certeza de que estamos no caminho certo, e que nossa catequese hoje possa responder aos anseios de nossos catequizandos. Que em nossas comunidades, neste mês da Bíblia, seja valorizada a leitura orante da Bíblia, e que todas as nossas paróquias, iluminadas pela Palavra de Deus, se coloquem na escola da Palavra, que é alimento diário para a nossa caminhada de fé neste mundo tão conturbado em que vivemos, onde somente a Palavra de Deus nos ilumina a viver a santidade. Dom Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Matrimônio, Sacramento do amor conjugal



A tradição bíblica vê a união entre um homem e uma mulher como um fator importante para compreender a aliança Deus-Povo. No Novo Testamento vamos encontrar as motivações fundamentais para a vida conjugal: a união Cristo-Igreja (Ef 5,21-33).
O sacramento do Matrimônio visualiza uma união espiritual no viver, no ser, no agir juntos à luz do consentimento. Portanto, sua finalidade principal não se reduz ao ato da “coabitação” ou à “procriação no amor”.
O Matrimônio é um dos sete sacramentos reconhecido pela Igreja, como sinal de um mistério sublime, indissolúvel, que sinaliza a união Cristo-Igreja. Uma fonte de graça, por meio do qual o amor humano é inserido na caridade entre pessoas.
É o Espírito de Deus que envolve a vivência conjugal do cristão, comprometendo as pessoas (casal): no Amor Pascal e na vivência da Aliança. Trata-se de uma marca divina: “Por isso o homemdeixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só carne” (Gn 2,24; Mt 19,5). Em Cristo, o Matrimônio assume nova dimensão (Mt 22,23-33). Vivido de acordo com a projeto do Criador, o Matrimônio lança as pessoas (casal e filhos) em um contexto de união, doação e amor.
Estamos diante de um Sacramento a ser vivido com todas as expressões: comunhão e participação entre os esposos e os filhos, vida cristã que se alimenta na celebração do Mistério Pascal, na solidariedade humana…
Celebrado na Igreja, para uma vida na Aliança, supera o caráter social e o círculo fechado do casal. Na celebração, o casal manifesta seu projeto de vida, na força da Aliança, no amor Pascal de Jesus.
Elementos essências da celebração:
1. O CONSENTIMENTO no qual os dois selam a sagrada aliança do matrimônio, diante de Deus e de sua Igreja reunida;
2. A ENTREGA DAS ALIANÇAS como sinal de amor e fidelidade, em nome da Trindade: o Pai o Filho e o Espírito Santo;
3. A CENTRALIDADE DO MISTÉRIO PASCAL na celebração que deve ser bem vivida e saboreada pelos ministros do sacramento (os noivos) e por toda a assembléia celebrante.
4. A BÊNÇÃO NUPCIAL, com sua raiz bíblica, onde podemos notar a presença de referências bíblicos nas orações compostas (Gn 1,26-27; Gn 2,18-24; Mt 19,4-6; Mc 10,6-9);
5. A SAGRADA COMUNHÃO do “Corpo do Senhor”, força do Ressuscitado, para a nova caminhada em família.

Fundamental na vida conjugal: não separar o amor humano e o amor divino, vida e rito, celebração e compromisso, fidelidade a Deus e fidelidade a dois...
Pe. Ivo Ferreira de Amorim

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Bíblia e o Chamado de Deus



Na Bíblia, encontramos muitos relatos de homens e mulheres, que foram chamados por Deus para uma determinada vocação. Sempre quando leio algum destes textos bíblicos, fico impressionado com a disponibilidade que cada um responde ao apelo de Deus. Às vezes, alguns até falam de suas limitações pessoais, mas logo que percebem a urgência da missão, não duvidam e se lançam nas mãos de Deus.
No Antigo Testamento, aparecem os primeiros vocacionados, Abraão e Sara que são escolhidos para acolher a Palavra de Deus, tornando-se um povo numeroso (Gn 12). No Êxodo, encontramos a história de Moisés, que aos poucos vai tomando consciência de sua missão e assim liberta o povo hebreu da escravidão do Egito. Já no livro 1Samuel, encontramos Deus chamando Samuel, ainda criança, para uma grande missão. Temos ainda o chamado de Davi, Elias, Elizeu, Amós e vários outros. Lemos em, Jeremias 1,5 o relato de uma vocação do profeta que diz: “antes que eu te formasse no seio materno, eu te conhecia, antes que saísses do ventre, eu te consagrei...” Esta passagem bíblica revela os desígnios de Deus para Jeremias, que recebe a missão de profetizar para o povo de Deus.
Também no Novo Testamento, encontramos pessoas sendo chamadas por Deus para uma missão, bem específica: ser instrumento nas mãos de Deus para salvar a humanidade. Em primeiro lugar, aparece Maria de Nazaré, escolhida para gerar em seu ventre Jesus, o salvador da humanidade. João Batista é chamado por Deus para preparar os caminhos do Senhor, convocando o povo para a conversão. O próprio Jesus chama os 12 apóstolos para começar com eles uma nova comunidade de evangelizadores. Em Lucas 9,57-62 encontramos as condições para seguir o mestre Jesus: “Ninguém que olha para trás, depois de ter posto a mão no arado, é apto para o Reino de Deus”.
Lendo estes textos na Bíblia, podemos perguntar: como percebo que Deus está me chamando? Será que estou no caminho certo que Deus escolheu para minha vida? Será que o meu modo de viver está de acordo com a mensagem do evangelho de Cristo?

PADRE ERMINDO RAPOZO DE ASSIS

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nossa Senhora do Ssmo Sacramento



Padre Julio Maria era um grande incentivador da devoção mariana, escreveu muitos livros neste sentido. Sua espiritualidade era Eucarística Mariana, assim ele fundou as tres congregações religiosas, duas de irmãs e um de padres e irmãos.

Seminário



Andano neste corredor interno da Casa Mãe do Instituto dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora, os noviços imaginavam a missão em terras disantes, como no Continente Áfricano, onde o fundador, Padre Julio Maria de Lombaerde, esteve ainda nos primeiros anos de missionário.

Neste predio, moravam os novicios sacramentinos no ano de 1986. O Mestre do Nviciado era Padre Domicio Herculano Silvera Barros. Eu fazia parte da trurma de 11 novicios,desta turma, apenas 4 fizeram a profissão dos votos temporários, depois somene dois fizeram a profissão dos votos perpetuos, entre os que sairam, 4 se ordenaram padres.

Igreja Matriz



Esta é a Igreja do bom Jesus, onde Padre Julio Maria, fundador da Congregação, foi o primeiro pároco de Manhumirim MG

Passeio no Seminario de Manhumirim MG



Este é o predio do Seminário dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora, onde eu fiz o ensino medio entre os anos de 1983 e 1985

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Homilia Semana de oração pela unidade dos cristãos



Neste tema da Semana de Oração pela unidade dos cristãos, encontramos em primeiro lugar a Palavra de Deus que era anunciada pelos apóstolos, em segundo lugar, aparece a comunhão fraterna entre os primeiros seguidores de Jesus Cristo; já em terceiro lugar, temos a fração do pão, lembrando a nova aliança que Jesus realizou com sua morte e ressurreição. O quarto aspecto é a atitude constante de oração.
1º - A palavra de Deus que era anunciada pelos apóstolos
 Não era um simples discurso humano, baseado num entrelaçamento de argumentos racionais. A palavra anunciada pelos apóstolos é expressão da vontade divina, que inspirados pelo Espírito Santo, os apóstolos anunciavam a todas as nações.
A multidão que ouvia estas palavras ficava admirada com tanta sabedoria que vinha de homens simples do povo. Muitos, que ainda não tinham ouvido falar de Jesus, abraçavam a fé cristã, baseado nos ensinamentos dos apóstolos.

2º - A comunhão fraterna entre os cristãos
 “Deus espera que os dons de cada um se repartam com amor no dia-a-dia”. Assim fala um dos hinos mais conhecidos entre os católicos. Precisamos repartir com amor o pouco que temos, pois entre nós, o amor é a lei maior que Cristo nos deixou. Acredito que este desejo: de que não haja necessitados entre nós não é uma mera utopia, mas uma exigência concreta de nossa fé em Jesus Cristo.
3º - A fração do pão
 Os discípulos de Emaús reconheceram Jesus ao partir o pão, quando eles ouviram a explicação das Escrituras, os seus corações ardiam não de ódio, mas de amor. Assim eles foram capazes de convidar aquele “estranho” para uma refeição. Ao partilhar o alimento, eles foram capazes de reconhecer o Mestre Jesus e ganharam um redobrado ardor missionário e voltaram para Jerusalém para anunciar aos outros a ressurreição de Jesus. Cada vez que nos reunimos em nossas igrejas cristãs para as devidas celebrações, precisamos reconhecer Jesus e nos comprometer com Ele, assumindo nossa fé cristã.
4º - A atitude constante de oração
 A oração, em nossa vida de discípulos de Jesus Cristo, não é um novo mandamento e muito menos uma obrigação; tenho certeza que a oração é, antes de tudo, uma necessidade que se impõe. Só é capaz de orar quem reconhece suas limitações pessoais, basta olharmos o exemplo do fariseu e do publicano que foram ao templo para orar (parábola que Jesus contou e se encontra em Lc. 18, 9-14).
Nesta semana de oração pela unidade dos cristãos, precisamos ter a atitude do publicano que se reconhece como pecador e confia totalmente na misericórdia de Deus. Católicos, luteranos e os demais cristãos somos todos anunciadores da Palavra de Deus, portanto, devemos ser também unidos nos ensinamentos dos apóstolos.
Pe. Ermindo Rapozo de Assis

quarta-feira, 1 de junho de 2011

JUNHO E JULHO, tempo de festas populares


O sexto e sétimo meses do ano abrem espaço em nossa agenda para grandes festas, com quadrilhas e fogueiras, este tempo é a estação do inverno em nosso hemisfério sul, por isso em muitos lugares de nosso Brasil, faz frio intenso, há cidade do sul em que a temperatura fica abaixo de zero. Diante do calor da fogueira de São João ou de São Pedro podemos perguntar: de onde vem este costume tão popular em nosso meio?
Esta tradição de nossa gente brasileira vem de Portugal e tem suas origens em festas do paganismo realizadas na Europa para festejar o solstício de verão que ocorre no dia 24 de junho. Outra explicação, possível para a fogueira de São João, afirma que: Isabel mandou acender uma fogueira para anunciar o nascimento de seu filho, João Batista. Assim, seus vizinhos e parentes vieram se alegrar com Isabel e Zacarias.
No calendário litúrgico, celebramos neste dia o nascimento de São João Batista, aquele que preparou, com sua pregação, a chegada de Jesus Cristo. Às margens do Rio Jordão, ele anunciava a chegada do Messias e orientava o povo judeu a fazer penitência, batizando a todos que o procurava, inclusive o próprio Jesus Cristo. O costume da fogueira não se resume ao dia de São João, mas também nas festas de Santo Antonio, São Pedro e São Paulo.
Nestas festas juninas e julinas a fogueira ganha destaque pelo fogo que ilumina a escuridão da noite, mas acredito que outro grande atrativo vem das comidas típicas, tais como: pédemoleque, canjicão, bolo de fubá, paçoca, quentão, etc. Tudo isso movimenta as pequenas e grandes vilas, deixando todos envoltos num clima de festa e alegria.
Viva São João, Santo Antonio e São Pedro!
Viva nosso povo brasileiro e sua cultura popular!
Padre Ermindo Rapozo de Assis

quinta-feira, 5 de maio de 2011

PLENITUDE SACERDOTAL



ABRE as tuas mãos e dá ao mundo essa imensa riqueza de valores que tem em tuas mãos...
Todas essas moedas de ouro e de rubis, de topázio e marfim, de esmeraldas e safiras!
ABRE tuas mãos e dá!...
Dá... para que as flores não morram, para que as folhagens não murchem, para que a terra não se corrompa, para que a luz não se apague!
Dá... e jorrarão fontes de água viva e brotará e crescerá a semente do BEM!
Dá... com firmeza dos cedros do Líbano, com a largueza das praias infinitas!
ABRE as tuas mãos e sacraliza a terra, sacraliza as almas!
Abre tuas mãos e dá ao mundo essa imensa riqueza de valores de divina dimensão que tens em tuas mãos sacerdotais.
Não negues, não recuses... é a tua missão!
Não fujas: foi tua opção, diante dos homens, diante de Deus!
ABRE as tuas mãos e vive a plenitude de teu sacerdócio em Cristo!
- “tu és o sal da terra” (Mt 5,13)
- “tu és a luz do mundo (Mt 5,14)
...”tu és sacerdote para sempre”. (Sl 110,4)

Autora: Clara Miriam

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"A Luz veio ao mundo"




Esplendor da glória do Pai,
Luz nascida da Luz,
Fonte viva de claridade,
Dia que ilumina do dia.

Verdadeiro sol resplandecente, desce sobre nós,
Brilha numa luz sem fim,
Faz luzir nos nossos corações
Os raios do Espírito divino.

Que nos seja dado cantar
O Pai da eterna glória,
O Pai todo-poderoso
Que apaga as nossas faltas.

Que Ele dê força ao nosso agir,
Que Ele destrua o inimigo
Que nos dê na provação
A graça para actuar.

Dirija a nossa inteligência,
Que Ele guarde o nosso corpo,
Que a nossa fé seja ardente,
Simples e sem retorno.

Seja Cristo nosso alimento,
A fé a nossa bebida,
Que a sóbria embriaguez do Espírito
Seja a alegria deste dia.

Que o dia decorra alegre
Na pureza da manhã,
Que ao meio dia brilhe a fé
Que vença as sombras da noite.

Como o sol que brilha aos nossos olhos,
Venham até nós com a aurora
O Filho nos braços do Pai
E o Pai nos braços do Filho.

Hino de Santo Ambrósio para as laudes, «Splendor paternae gloriae»

sábado, 2 de abril de 2011

Semana Santa, tempo de grandes celebrações



“Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto do céu.” Mt 21,10.
Durante toda a quaresma a nossa igreja católica se prepara para celebrar a Grande Festa da Páscoa dos Cristãos, são quarenta dias que antecedem as grandes celebrações da Semana Santa. É tempo suficiente para que todos possam fazer um verdadeiro retiro de conversão e voltar para Deus. São muitos os atos de piedade cristã que temos neste período. O mais conhecido de todos é a chamada via-sacra, ou caminho sagrado; meditando sobre cada estação, vamos caminhando com Jesus até sua morte e ressurreição. Aqui no Brasil, nós temos a Campanha da Fraternidade que leva a muitas famílias um assunto importante para toda a sociedade; sempre baseada em tema especifico, esta campanha realiza os círculos bíblicos e encontros com a juventude e adolescentes.
Os últimos dias da quaresma é a Semana Santa, quando nós celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém com a procissão de ramos no domingo; durante todos os dias desta semana vamos celebrando os principais acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. É importante vivenciarmos bem estas celebrações litúrgicas, e assim, fazer a experiência dos principais mistérios de nossa fé cristã. Todo ano fazemos as mesmas celebrações e renovamos em nós a nossa fé no Cristo Ressuscitado; é costume também para esta semana a realização do sacramento da confissão, no qual a pessoa tem oportunidade de reconciliação com Deus e com os irmãos de caminhada. Na quinta feira santa celebramos a Instituição da Eucaristia, quando na última ceia Jesus repartiu o pão e o vinho com seus apóstolos, mas antes, lavo-lhes os pés. Na sexta feira santa celebramos a paixão e morte de Cristo na cruz, é o único dia do ano que não é permitida a celebração da Missa. No sábado santo, nós devemos passar o dia todo em silêncio, uma espécie de luto, somente vamos “abrir as aleluias” na Grande Vigília Pascal, quando acendemos o Círio Pascal que é a Luz de Cristo que brilha na escuridão do pecado, trazendo vida nova para todos nós que n’ELE acreditamos. Normalmente, as paróquias celebram nesta noite o Batizado de Adultos, os que já foram batizados, renovam suas promessas batismais.
Quando os judeus celebram sua páscoa, eles estão recordando a grande libertação da escravidão dos hebreus no Egito e sua conquista da Terra Prometida, onde manam leite e mel. Eles sacrificam um cordeiro sem manchas e sem defeito para se alegrarem em família com ceia pascal, conhecida como HAGADÁ. Jesus, ao fazer sua ultima ceia com seus discípulos, antecipa o seu grande Sacrifício Redentor na cruz, por isso, João Batista o apresenta para nós como o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Nós cristãos católicos celebramos na páscoa a Grande Libertação trazida por Jesus Cristo e por isso, devemos nos alegrar sempre pela redenção de nossos pecados.
Pe Ermindo Rapozo de Assis

sexta-feira, 25 de março de 2011

Solenidade da Anunciação do Senhor




“Ao entrar no mundo, Cristo disse:Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade” (Hb10,5.7).

A cada ano, exatamente no dia 25 de março, a liturgia quaresmal abre espaço para que os fieis de todo mundo possam celebrar de modo solene o Anuncio da Encarnação do Filho de Deus no seio maternal de Maria Santíssima. Este grande mistério de nossa fé é narrado por Lucas no seu Evangelho, Lc 1,26-38. Podemos imaginar a reação daquela jovem tão piedosa da cidade de Nazaré, quando ela ouviu a saudação do Anjo Gabriel. Certamente ela ficou perturbada com tal saudação, mas não perdeu o uso da razão; prova disto é a pergunta que ela dirige ao Mensageiro de Deus: “ como acontecerá isto, já que eu não convivo com um homem?”
Quando Maria foi informada que: “ O Espírito descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra . Por isso, o menino santo que vai nascer será chamado Filho de Deus”. Ela não teve mais dúvidas e sem reserva nenhuma se entregou nas mãos de Deus para que as promessas feitas ao Povo de Israel se cumprisse e assim o Salvador da Humanidade pudesse armar sua tenda entre nós e assumisse a nossa condição humana, menos o pecado.
Os judeus sempre esperaram um Messias para libertar seu povo da escravidão do pecado, alguns não o reconheceram na pessoa de Jesus, mas Maria o acolheu ainda criança com muito amor e carinho de mãe. Quando falamos do Mistério da Encarnação do Filho de Deus, por obra do Espírito Santo, no ventre de Maria, temos uma grande verdade de fé para ser celebrada. Devemos sempre render graças a este Deus Conosco, o Emanuel; Ele, sendo de condição divina, veio até nós para resgatar a todos da condição de pecadores. São Leão Magno em sua Epístola 28 a Flavio escreveu: “Assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem diminuir o divino”. Pe Ermindo Rapozo de Assis.

terça-feira, 15 de março de 2011

ORAÇÃO DE ANIVERSARIO


Senhor, é grande minha alegria em poder celebrar um ano de vida. Agradeço por meus dons e virtudes, por minha familia e amigos que admiro e pelo meu trabalho que me dá o pão de cada dia. Viver é renascer e propesara, sempre renovando as esperanças para construir o novo e trilhar novos caminhos. Guia meus passos, ó Deus, ilumina meus pensamentos, orienta-me nas dificuldades, aumenta minha fé, dá-me sabedoria e humildade para cumprir minha missão conforme teus designios.
Na graça de festejar mais um aniversário, ofereço-te meus amor, peço-te que me abençoes e me inspires a ser feliz por toda vida. amém!


Obs.
Essa oração eu copiei de um cartão postal da Edições Paulinas, é um texto Luizinho Bastos. Usei este texto para minha meditação pessoal, em 15 de março de 2011, quando completei 50 anos de vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

NUNCA DESISTA


Nunca desista de ser feliz...
Existem pedras;
Não desista de andar...
Existem barreiras;
Não desista de passar...
Existem os nós;
É preciso desatar...
Existe o desânimo;
É a pior coisa que há...
A estrada é longa;
Não desista de chegar...
Existe cansaço;
É preciso caminhar...
Existe derrota;
Você nasceu para ganhar...
Existe o desamor;
É fundamental amar...
(Autor desconhecido)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A CRIAÇÃO DO SER HUMANO E A ECOLOGIA




“Deus os abençoou e disse: sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo ser vivo que rasteja pelo chão.” (Gn 1,28).
Encontramos neste texto bíblico o que nos disse o Criador do Universo, sabemos que Deus reservou um lugar de destaque para o ser humano na criação e o deixou num paraíso terrestre, cercado de todos os privilégios. Alguns estudiosos se perguntam: este paraíso terrestre é saudade do que passou ou esperança do que virá? Outros afirmam que o domínio do ser humano sobre as outras criaturas foi mal interpretado e está causando muita destruição da natureza. Eu pessoalmente, vejo o ser humano como um menino que ganha um brinquedo muito bonito e começa a descobrir a sua engrenagem e logo quer desmontá-lo para reconstruí-lo. Nesta busca de conhecimento acaba destruindo o seu presente.
Deus criou o universo inteiro e o deixou como presente para a humanidade. Nós não estamos sozinhos neste mundo, nele habita muitas espécies de animais e algumas delas já deixaram de existir e outras apareceram em nosso planeta. Nós homens e mulheres somos os administradores e não os donos desta biodiversidade toda, precisamos, urgentemente, buscar o conhecimento da técnica sem agredir o meio ambiente que é morada de muitos outros seres vivos. Podemos entender o “sede fecundos” não só no sentido de gerar filhos e filhas, mas também no sentido de criar melhores condições de vida para todos as criaturas de Deus, todos os seres vivos foram criados por Deus e merecem nosso cuidado e respeito. O progresso científico e tecnológico é um dom que recebemos de Deus e por isso é abençoado, o que não agrada ao Criador é a destruição da natureza e dos animais. Muitas vezes nossa evolução tecnológica é colocada a serviço de poucos, gerando mais pobreza e miséria. Quando, este progresso está servindo aos interesses de poucos e buscando apenas o lucro do capital sem valorizar o ser humano, ele é perverso e destruidor.
O novo milênio está cheio de novas tecnologias que facilitam muita a nossa vida se compararmos ao estilo de vida que nossos avós viviam a cinqüenta anos atrás, ou mesmo nossos pais a trinta anos antes. No passado a vida era mais difícil em muitos sentidos, pois muitas comodidades do presente não existiam para a grande maioria das pessoas. Faz se necessário aprendermos não só usar o celular e o computador, mas perguntar o que fazer com o lixo eletrônico e industrial que criamos. As sacolas de supermercado, as garrafas de plástico facilitam nossa vida, mas prejudicam a natureza. Podemos lembrar que muitos produtos industrializados demoram séculos para decompor e poluem nossos rios e nascentes. Para terminar, eu pergunto: o que estou fazendo para preservar este planeta que é obra de nosso Deus Criador?
Padre Ermindo Rapozo de Assis

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Enchentes em nossas encostas

Sempre nós recebemos noticias de desatres ambientais. Neste ano de 2011 vemos as noticias da região serrana do Rio de Janeiro. quase todos os anos assistimos esses desastres ambientais acontecendo em vários lugares no Brasil e no exterior.

De quem é a culpa, a responsabilidde da prevenção é de quem, tudo isso vem em nossas mentes e muitas posibilidades são examinadas. Eu pessoalmente, penso que existem muitos culpados, mas nestes horas, eles não assumem sua responsabilidade.