terça-feira, 21 de dezembro de 2010
«Porque Te amo, ó Maria»
Poema «Porque Te amo, ó Maria», estrofes 4-7 (OC, Cerf DDB 1992, p.751)
«O senhor fez em mim Maravilhas» (Lc 1, 49)
Como te amo, Maria, quando te dizes serva
do Deus que conquistaste pela tua humildade (Lc 1, 38),
tornou-te omnipotente essa virtude oculta.
Trouxe ao teu coração a Santíssima Trindade
e quando o Espírito de Amor te cobriu com a Sua sombra (Lc 1, 35),
o Filho, igual ao Pai, em ti encarnou.
Inúmeros serão os Seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primogénito! (Lc 2, 7)
Ó Mãe muito amada, apesar da minha pequenez,
trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso,
mas não tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
Os tesouros da Mãe pertencem aos filhos
e eu sou tua filha, ó Mãe querida.
As tuas virtudes e o teu amor não me pertencerão também?
E quando ao meu coração chega a Hóstia santa,
Jesus, teu suave Cordeiro, crê repousar em ti!
Fazes-me sentir que não é impossível
seguir os teus passos, ó Rainha dos eleitos,
porque tornaste o trilho do céu visível,
vivendo cada dia as mais humildes virtudes.
A teu lado, Maria, gosto de ser pequena
para ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
aprendo a praticar uma caridade ardente.
Aí escuto arrebatada, doce Rainha dos anjos,
o canto sagrado que jorrou do teu peito (Lc 1, 46 ss.);
ensinas-me a cantar os divinos louvores
e a gloriar-me em Jesus, meu Salvador.
Tuas palavras de amor são rosas místicas
que perfumarão os séculos vindouros.
Em ti, o Todo-Poderoso fez maravilhas,
desejo meditá-las a fim de delas usufruir.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Á R V O R E DA A M I Z A D E
Quisera, Senhor, neste natal, armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos. Os amigos de longe e os de perto. Os antigos e os mais recentes. Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que as vezes ficam esquecidos. Os que, sem querer, eu magoei, ou sem querer me magoaram. Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles de quem conheço apenas as aparências. Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo. Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida.
Uma árvore de raízes muito profundas para que seus nomes nunca sejam arrancados do meu coração. De ramos muito extensos, para que novos nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos já existentes. De sombras muito agradáveis, para que nossa amizade seja um momento de repouso nas lutas da vida.
Que nossos sonhos não se percam e que neste final de ano a esperança no amanhã seja reforçada. Feliz Natal!
Texto de autor desconhecido – Livro Alegria de Viver – Paulinas 2006
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
QUAL NATAL QUEREMOS FESTEJAR NO DIA 25 DE DEZEMBRO?
Esta é uma pergunta que se apresenta para todos a cada final de ano, desde muito tempo o Natal é celebrado em nossas igrejas cristãs como a festa do nascimento do Menino Jesus. Isto é do conhecimento de muita gente, ainda no Império Romano os primeiros cristãos começaram a comemorar o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro. Contudo no decorrer da história, esta festa foi se transformando numa série de costumes, tradições e seu verdadeiro motivo sendo esquecido. Porém, para os seguidores de Cristo, o Natal verdadeiro não se reduz a compras e banquetes.
É comum neste mês de dezembro, vermos as casas com luzes piscando, nossas ruas sendo enfeitadas, as vitrines do comércio expondo os mais variados produtos, muita gente comprando presente, etc. Diante destes acontecimentos, eu pergunto: para que tipo de natal eles estão se preparando? Será apenas um “natal” do consumismo e desperdício?
Nossas comunidades católicas, desde os anos setenta, têm o costume de fazer a novena de natal nas famílias. Estes encontros de meditação da Palavra de Deus em nossas casas servem como preparação para o verdadeiro natal, como celebração do nascimento de nosso Salvador, Jesus Cristo. Alguns grupos realizam também a coleta de donativos para os mais carentes. Acredito que estas atitudes, realmente, ajudam a vivenciarmos o amor ao próximo, seguindo o que Jesus nos ensinou.
Desejo que todos nós possamos celebrar o nascimento do Menino Jesus com muito amor no coração, muita paz, muita solidariedade. Que cada família tenha o necessário para sua sobrevivência e que o ano de 2011 seja de prosperidade e muito progresso com justiça para o nosso povo brasileiro e para todas as nações do mundo.
PADRE ERMINDO RAPOZO
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Maria «Mater Verbi Dei» e «Mater fidei»
Maria «Mater Verbi Dei» e «Mater fidei»
27. Os Padres sinodais declararam que o objectivo fundamental da XII Assembleia foi «renovar a fé da Igreja na Palavra de Deus»; por isso é necessário olhar para uma pessoa em Quem a reciprocidade entre Palavra de Deus e fé foi perfeita, ou seja, para a Virgem Maria, «que, com o seu sim à Palavra da Aliança e à sua missão, realiza perfeitamente a vocação divina da humanidade».[79] A realidade humana, criada por meio do Verbo, encontra a sua figura perfeita precisamente na fé obediente de Maria. Desde a Anunciação ao Pentecostes, vemo-La como mulher totalmente disponível à vontade de Deus. É a Imaculada Conceição, Aquela que é «cheia de graça» de Deus (cf. L c 1, 28), incondicionalmente dócil à Palavra divina (cf. L c 1, 38). A sua fé obediente face à iniciativa de Deus plasma cada instante da sua vida. Virgem à escuta, vive em plena sintonia com a Palavra divina; conserva no seu coração os acontecimentos do seu Filho, compondo-os por assim dizer num único mosaico (cf. L c 2, 19.51).[80]
No nosso tempo, é preciso que os fiéis sejam ajudados a descobrir melhor a ligação entre Maria de Nazaré e a escuta crente da Palavra divina. Exorto também os estudiosos a aprofundarem ainda mais a relação entre mariologia e teologia da Palavra. Daí poderá vir grande benefício tanto para a vida espiritual como para os estudos teológicos e bíblicos. De facto, quando a inteligência da fé olha um tema à luz de Maria, coloca-se no centro mais íntimo da verdade cristã. Na realidade, a encarnação do Verbo não pode ser pensada prescindindo da liberdade desta jovem mulher que, com o seu assentimento, coopera de modo decisivo para a entrada do Eterno no tempo. Ela é a figura da Igreja à escuta da Palavra de Deus que nela Se fez carne. Maria é também símbolo da abertura a Deus e aos outros; escuta activa, que interioriza, assimila, na qual a Palavra se torna forma de vida.
28. Nesta ocasião, desejo chamar a atenção para a familiaridade de Maria com a Palavra de Deus. Isto transparece com particular vigor no Magnificat. Aqui, em certa medida, vê-se como Ela Se identifica com a Palavra, e nela entra; neste maravilhoso cântico de fé, a Virgem exalta o Senhor com a sua própria Palavra: «O Magnificat – um retrato, por assim dizer, da sua alma – é inteiramente tecido de fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se Palavra d’Ela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o d’Ela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada».[81]
Além disso, a referência à Mãe de Deus mostra-nos como o agir de Deus no mundo envolve sempre a nossa liberdade, porque, na fé, a Palavra divina transforma-nos. Também a nossa acção apostólica e pastoral não poderá jamais ser eficaz, se não aprendermos de Maria a deixar-nos plasmar pela acção de Deus em nós: «A atenção devota e amorosa à figura de Maria, como modelo e arquétipo da fé da Igreja, é de importância capital para efectuar também nos nossos dias uma mudança concreta de paradigma na relação da Igreja com a Palavra, tanto na atitude de escuta orante como na generosidade do compromisso em prol da missão e do anúncio».[82]
Contemplando na Mãe de Deus uma vida modelada totalmente pela Palavra, descobrimo-nos também nós chamados a entrar no mistério da fé, pela qual Cristo vem habitar na nossa vida. Como nos recorda Santo Ambrósio, cada cristão que crê, em certo sentido, concebe e gera em si mesmo o Verbo de Deus: se há uma só Mãe de Cristo segundo a carne, segundo a fé, porém, Cristo é o fruto de todos.[83] Portanto, o que aconteceu em Maria pode voltar a acontecer em cada um de nós diariamente na escuta da Palavra e na celebração dos Sacramentos.
Fonte EXORTAÇÃO APOSTÓLICA
PÓS-SINODAL
VERBUM DOMINI
DO SANTO PADRE
BENTO XVI
domingo, 7 de novembro de 2010
O Primeiro de todos os dia de aula da minha vida
Acredito que tenho prazer em recordar momentos vividos com intensidade, são muitas experiências que guardam no baú de minhas recordações pessoais. O primeiro dia de aula é uma lembrança que mistura ansiedade, curiosidade e novas descobertas daquele menino de 8 anos. Ainda hoje, sou capaz de vivenciar aquele dia 04 de março de 1969, lá no patrimônio de Centenário, município de Mutum-MG.
Na minha família, meus irmãos mais velhos foram alfabetizados em casa mesmo, não existiam escolhas próximas e meu pai gostava de ensinar o alfabeto e as principais operações matemáticas aos rapazes e moças da região. Com isto meus irmãos aprenderam a ler, escrever e fazer cálculos com nosso pai. José e eu somos os mais novos da família e o Sr Amado Raposo já estava com seus 55 anos, as vistas cansadas, por isso resolveu matricular seus filhos no colégio público que estava sendo construído.
Como um casal católico, papai e mamãe sempre participavam das missas celebradas a cada mês na Igreja de São Sebastião, os filhos também iam rezar. Foi numa tarde de domingo que esta história começou: A missa havia terminado e nós estávamos na calçada da capela, mamãe conversando com suas amigas e comadres e papai estava por perto; eu e José esperávamos nossos pais. Não demorou muito e apareceu uma mulher que se destacava das demais pelo modo de se vestir, era a Professora Daizi Basílio de Novais, logo o Sr Amado falou: boa tarde professora, tudo bem! E continuou, quero matricular meus filhos no colégio, como faço? Ela prontamente passou as devidas informações e fomos apresentados.
Quando chegou o começo das aulas, o colégio novo não tinha sido inaugurado e as aulas começaram numa pequena sala alugada pela prefeitura. Papai nos acompanhou até o patrimônio. Enfrente a sala de aula no meio da rua fizeram a chamada de todos os alunos matriculados, cada turma formava uma fila com sua professora e nós do primeiro ano ficamos com a professora Daizi, cantamos o hino nacional pela primeira vez. No dia seguinte, depois das devidas recomendações de mamãe, eu e José fomos sozinhos para o colégio. Como foi difícil sair sem a companhia de nossos pais. Ainda bem que eu não estava sozinho, pois o medo era muito. Chegando na sala de aula, a professora de unhas grandes e vermelhas começou a escrever com giz branco as vogais no quadro negro.
Cada aluno devia desenhar aquelas letras no seu caderno, mas como ninguém nunca tinha segurado um lápis para escrever, a professora de unhas grandes e vermelhas começou pegando na mão de cada um para ensinar. Eu tremia de medo, a professora era muito estranha para aquele menino de apenas oito anos, não acostumado com pessoas estranhas. Não conseguia prestar atenção nas aulas e quase furava a folha do caderno com a ponta do lápis, quando ia apagar a letra errada com a borracha, quase rasgava a folha.
Com tanto medo da professora, eu, muitas vezes, queria ficar em casa, mas Dona Maria pegava um chinelo ou vara de guaxima e ameaçava dar uma surra. Imediatamente, eu pegava o caderno e o lápis colocava no embornal e logo subia o morro perto de casa rumo a escola. Aos poucos fui acostumando com a professora e fazendo novas amizades, isto foi criando em mim o desejo de estudar sempre. O novo colégio ficou pronto e inaugurado no dia 21 de abril de 1969. No segundo ano, eu já não falava mais “bodeca”, mas boneca e gostava muito de declamar poesias. Guardo com emoção a lembrança de todos os colegas que estudaram comigo nos primeiros anos do ensino fundamental, assim como as professoras: Daizi, Eni, Delma e Marli.
Ermindo Rapozo de Assis
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sinto me pequeno diante da missão.
Não sou nenhum superdotado, não me sinto cheio de dons especiais, não sou nenhum super homem. Sou apenas um ser frágil e mortal que carrega suas tristezas e alegria. Será que possa contar com alguma ajuda especial diante da grandiosidade da missão que tenho pela frente?
Ó meu Deus, como sinto tão pequeno diante de tua presença! Quando penso em tudo o que me espera, percebo o meu coração palpitar pela tua ajuda, tão necessária para o cumprimento de minha missão. A vocação sacerdotal é linda e cativante, mas a natureza humana é frágil e inconstante.
A realidade que me circunda está cheia de desafios e contradições de todo tipo: tem pessoas sofrendo a conseqüência dos vícios, existem doentes, tem corrupto e gente sem emprego e moradia. Como posso ser presença e sinal de teu amor misericordioso neste mundo tão marcado pela violência e injustiça?.......
Não me deixe sozinho e abandonado, venha em meu auxilio, Senhor!
Padre Ermindo Rapozo de Assis
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Homilia para Culto Ecumênico
Festival da diversidade Cultural – 07,08,09 e 10/10/2010
Homilia para Culto Ecumênico
Salmo 111, 7-8
Ele é fiel e justo em tudo o que faz;
Todos os seus mandamentos merecem confiança. Eles permanecem para sempre, pois se baseiam na verdade e na honestidade.
Rute 1, 1-19
A viúva Noemi manda suas noras, Rute e Orfa, voltarem para seu povo, mas Rute por livre vontade resolve assumir a fé e os costumes do povo judeu.
Lucas 17,11-19
O evangelista Lucas diz que os leprosos (portadores da doente da hanseníase) reconheceram Jesus como mestre e foram ao seu encontro, contudo ficaram a distancia.
Noemi respeita a cultura de suas noras e dá a elas a possibilidade de voltar para a casa de seus pais.
Rute livremente escolhe assumir a fé e a cultura dos judeus, com esta decisão ela ficou solidária com sua sogra Noemi, as duas estavam viúvas e sem ninguém para protegê-las.
Sabemos que, depois da chegada de Rute em Judá, ela se casou com um parente de seu falecido marido (Boaz) e está entre os antepassados do grande Rei Davi.
Podemos ter uma cultura diferente, pertencermos a igrejas diferentes, não falarmos o mesmo idioma, mas somos todos filhos e filhas do mesmo Deus Criador. Esta é uma verdade tão sólida e cristalina que não podemos duvidar.
Nosso Deus é único e verdadeiro, como diz o salmo 111: “Ele é fiel e justo em tudo o que faz; todos os seus mandamentos merecem confiança. Eles permanecem para sempre, pois estão baseados na verdade e na honestidade”.
Estamos nos alegrando neste final de semana com a nossa diversidade cultural, qual é mensagem que podemos deixar para o Brasil e para o mundo?
Acredito que nosso município, o mais pomerano do Brasil, tem em sua historia e cultura, sua maior riqueza. A nossa fé cristã veio de além mar, trazida por portugueses, italianos, alemães e pomeranos. Aqui nas terras capixabas já existia a cultura indígena e por causa da escravidão veio a cultura africana. Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, por isso eu tenho certeza que a nossa diversidade cultural é muito bonita e com certeza é um presente que recebemos de Deus, o Senhor da história.
Quantos são os casamentos que serviram para unir famílias de costumes diferentes, quantos encontros que nos aproximam?
Infelizmente, acontecem também entre nós atitudes como discriminação racial, gerando preconceitos de todos os tipos. Até mesmo discriminação por causa de algumas doenças infecto-contagiosas.
Vejamos o relato do evangelista Lucas: Dez homens pedem a Jesus que os libertem da doença. Jesus conversa com eles e manda-os se apresentar ao sacerdócio para a purificação. Estes homens confiam em Jesus e são curados, entre eles tinha um samaritano, o único que voltar para agradecer.
A salvação que Cristo oferece está ao alcance de todos, judeus ou samaritanos, gregos ou romanos, escravos ou livres. Para isto basta reconhecer Jesus como único salvador. As manifestações culturais são diversas, mas a fé é única.
Católicos, luteranos, pentecostais, todos nós acreditamos e aceitamos os ensinamentos de Jesus Cristo como fonte de salvação para todos os povos. Aqui em Santa Maria, em vários momentos, celebramos esta fé comum. Estes momentos de celebração ecumênica reforçam para nossas igrejas a certeza de que somos irmãos na mesma fé em Jesus Cristo.
Acredito que juntos podemos crescer ainda mais em nossa fé e no compromisso com o Reino de Deus. Temos algumas diferenças, mas no principal estamos de acordo, só Jesus salva. Ele nos ensinou a viver na caridade, isto é no amor ao próximo como a nós mesmos. Mantendo acesa a chama de nossa fé, poderemos transformar o mundo levando a todos a mensagem de Jesus.
Todas as nossas manifestações culturais devem promover a harmonia e o bem estar de nossas famílias e comunidades. A agricultura, avicultura, nossa música, o artesanato, nossa política, nossa escola, nossas comunidades religiosas devem promover a dignidade de nossas crianças e jovens. Sejamos, portanto, cidadãos conscientes na condução do progresso de nosso município de Santa Maria de Jetibá.
Padre Ermindo Rapozo de Assis
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Qual é a Missão dos Cristãos no Mundo?
Estamos começando o mês de outubro com a beleza da primavera e os agitos da eleição para Presidente da República, Governadores dos Estados, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Esperamos que todos possam cumprir bem a sua missão de representantes do povo brasileiro; mas aqueles e aquelas que são os seguidores de Cristo pela graça do batismo estão cumprindo a sua missão de maneira consciente e responsável? Para responder a esta pergunta precisamos saber qual é mesmo a missão dos cristãos no mundo. Tenho certeza de que a nossa missão é a de levar a Boa Nova de Jesus aos povos, fazendo com que todos se tornem discípulos de Cristo, conforme lemos no Evangelho de Mateus “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando- os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinado-os a observar tudo o que vos ordenei.”(MT 28,19-20).
Conforme acontece todo ano, a Igreja promove neste mês de outubro a campanha missionária, em 2010 traz como tema: “Missão e Partilha”, tendo os dia 23 e 24 de outubro reservado para coleta missionária em todas as comunidades católicas. Este gesto de partilha de nossas comunidades ajuda muitas comunidades católicas espalhadas em regiões de poucos missionários e muita pobreza, como é o caso de países da África e muitos municípios brasileiros na região da Amazônia. Existem padres, freiras e até mesmo leigos que vão para missão fora de suas terras, vão ao encontro dessa população sedenta de Deus e carente da atenção dos governantes. Temos notícias de que muitas comunidades ficam distantes dos centros urbanos e só recebem a visita do missionário de ano em ano, pois sãos muitos dias de viagem de barco para chegarem nestas vilas à beira dos rios.
Sejamos missionários através da nossa oração, da ação evangelizadora dos círculos bíblicos e com nossa contribuição generosa na campanha missionária.
Padre Ermindo Rapozo de Assis
sábado, 18 de setembro de 2010
Oasis de amor
Obrigado Senhor, meu Deus e Pai Bondoso, que concede a cada uma de tuas criaturas verdadeiros Oasis de amor e ternura em pleno deserto de nossas emoções! Em nossa vida, que é sempre dom divino, nós experimentamos muita aridez, causada quase sempre por nossa incapacidade de amor sem receber nada em troca. Muitas vezes queremos ser reconhecidos, elogiados pelos nossos irmãos de ministério, nossos superiores, nossos paroquianos e isto nem sempre acontece.
Diante destes momentos de solidão, encontramos consolo na contemplação de Jesus no Horto das Oliveiras, quando o Filho de Deus experimentou também a solidão. Temos todos uma missão bem específica e a nossa única recompensa vem de Deus, nosso Pai. Nunca poderemos esperar o reconhecimento humano, pois os homens são falhos, mas Deus nunca nos abandona. Seu amor misericordioso se manifesta através de pequenos acontecimentos, como o sorriso de uma criança, um aceno de mão, o cantor de um passarinho, etc.
Obrigado meu Deus, por estes pequenos acontecimentos que o Senhor coloca em minha vida de presbítero que vivo como um presente que recebi de vossa infinita bondade! Desde o tempo de Seminário, aprendi que ser padre é graça, é dom e nunca privilégio pessoal. Os elogios podem até acontecer, mas nunca irá substituir a tua graça santificadora de todos nós. Amém! Pe Ermindo Rapozo de Assis
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Senhor, ensina-me a rezar!
“Senhor, ensina-nos a rezar”, esse foi o pedido dos primeiros discípulos a Jesus. Nós também estamos aqui nesta busca de maior intimidade com Deus e sem o nosso grande mediador, Jesus Cristo, seria muito difícil. Por isso repetimos o mesmo apelo dos discípulos, para que possamos aprender com o Divino Mestre a reconhecer Deus como Pai e a todos os seres humanos como nossos irmãos e irmãs. Possamos pedir também para que venha a nós o Reino de Deus e que seja feita a vontade divina, assim na terra como no céu. Que nunca falte o pão nosso na mesa de nossos irmãos e que as nossas ofensas sejam perdoadas na medida em que perdoamos a quem nos tem ofendido. Assim seja! Pe Ermindo Rapozo de Assis
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Leitura orante do texto bíblico
Busque um lugar tranquilo, que o ajude na concentração, veja uma posição confortável, sinta seu corpo, respire profundamente e vá acolhendo todo o seu ser, sensações,sentimentos...coloque-se na presença de Deus.
- Primeiro passo: leitura do texto, o que diz o texto? Tomar a Bíblia e ler com convicção que Deus nos fala. Criar em nós um espaço aberto a palavra
- Segundo passo: meditaçao do texto, o que o texto diz para minha vida? Refletir, ruminar, aprofundar, repetir as palavras significativas. Deixar que a palavra encontre espaço em mim.
- Terceiro passo: o que o texto me faz dizer a Deus? No espaço que a palavra encontrou em mim, rezar a Deus de modo espontâneo algum salmo, alguma prece que brote de seu coração.
- Quarto passo: contemplação, ver a realidade com os olhos de Deus. no grande espaço criado por ele, onde estão os sinais de sua presença?
domingo, 4 de julho de 2010
Solenidade São Pedro e São Paulo
Em todo recanto do nosso Brasil encontramos a devoção a estes dois grandes santos, colunas da Igreja e tão queridos de nosso povo brasileiro. Por orientação de nossos bispos, nossas comunidades eclesiais celebram no domingo seguinte ao dia 29 de junho, assim em toadas as capelas prestamos nossa homenagem a estes dois apóstolos de Jesus Cristo, que juntos levaram aos primeiros cristãos a Palavra de Deus.
Para nossa meditação, a liturgia nos apresenta a leitura de At 12,1-11, o salmo 33, 2Tm 4,6-8.17-18 e o Evangelho de Mt 16, 13-19. Como ponto principal das leituras, temos a profissão de fé de Pedro, quando Jesus afirma: “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la”. Acredito que o grande fundamento de nossa Igreja é a fé em Jesus Cristo, professada por Pedro, Paulo, João, todos os outros discípulos e por cada um de nós que fomos batizados. Animados pela fé e impulsionados pela Palavra de Deus, seguindo a doutrina dos apóstolos, nós formamos comunidades. Se nossa fé é autêntica, saberemos colocar nossa confiança somente em Deus e não nos homens. Caso contrário, se existir outras motivações em nossas comunidades cristãs que não seja a fé em Jesus Cristo, podemos até nos reunir em pequenos ou grandes grupos, mas nunca formaremos comunidades de discípulos e missionários de Cristo.
Na segunda carta a Timóteo, Paulo declara: “combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Assim aprendemos com o Apóstolo dos Gentios que devemos sempre estar no combate da fé para completarmos a corrida e assim recebermos a coroa da justiça que o Senhor, o justo juiz, dará a todos aqueles que sua manifestação gloriosa. Ouvindo a Palavra das Escrituras, participando do Banquete Eucarístico, vamos fortalecendo nossa caminhada de cristãos . Sendo Igreja Católica e Apostólica, temos nosso pastor universal, o papa Bento XVI que procura nos animar e confirmar nossa caminhada de cristãos. Ele é humano e precisa sempre de nossas orações. Iluminado pelo Espírito Santo, o nosso Sumo Pontífice nos orienta e nos motiva na caminhada eclesial.
Padre Ermindo Rapozo de Assis
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Milho no Telhado
Em minhas recordações do tempo de criança, sempre volta com o majestoso brilho da saudade o meu querido córrego do café, que na década de 60 era bem animado. As famílias que lá viviam tinham suas diversões, seus trabalhos e suas devoções. Dona Antonia, esposa do Sr Fiinho Deodato, era uma talentosa rezadeira; recordo de várias novenas em sua casa e até mesmo algumas procisões do Sagrado Coração de Jesus que eram animadas por ela e suas filhas. Entre estas práticas piedosas, merece destaque a “Encomendação de Almas” feita no tempo quaresmal.
Esta devoção, se não me falha a memória, era realizada na semana que antecede a Semana Santa, ou seja, na quinta semana da quaresma. O motivo de não ter esquecido está expresso no título, foi um susto danado, acordar por volta de 11 h da noite com o barulho do milho no telhado, sei que chorei muito e custei a aceitar que era Dona Antonia e suas filhas que estavam lá fora. Era uma movimentação grande nesta semana, rapazes e moças saiam na companhia da rezadeira, andavam de casa em casa durante a noite, só não passavam da meia noite; depois deste horário, as almas verdadeiras estavam soltas. As orações eram feitas em frente a porta principal da casa e não se abriam para receber os rezadores, que usavam sempre roupas brancas e quando chegavam jogavam milho no telhado da casa e giravam seus zunzuns (instrumento feita de madeira ou bambu, preso na ponta com um barbante) que fazia um zumbido muito estridente.
A casa do Sr Amado e Dona Maria era uma das mais procurada nesta época, foi numa dessas visitas que mamãe passou aperto para me acalmar do susto que levei com os piedosos devotos das almas benditas. Recordo que na véspera, meus irmãos mais velhos preparavam seus zunzuns e pediam a mamãe alguns lençóis brancos, eu via tudo aquilo sem entender muito o motivo de tais preparativos. Quando chegou por volta das oitos horas da noite eles foram para casa de Sr Fiinho Deodato, por volta das dez da noite é que a turma dos encomendadores de almas saiam para visitar as casas vizinhas. Assim a vida religiosa das famílias se movimentava e eu crescia num ambiente de muita fé e devoção, que hoje enche de boas recordações a minha vida aos cinqüenta anos. Por isso dou graças a Deus por todos os anos de minha infância lá nas terras de Minas Gerais que no passado já pertenceram ao Estado do Espírito Santo.
domingo, 23 de maio de 2010
Solenidade de Pentecostes
Neste domingo, 23 de maio de 2010, celebramos o Divino Espírito Santo, é uma festa do calendário litúrgico celebrada em todas as comunidades católicas do mundo todo. Com o pentecostes nós celebramos nascimento da Igreja Universal, quando impulsionados pelo Divino Espírito, os apóstolos saíram do cenáculo para levar a Boa Nova de Jesus a todos os povos e nações. Pedro, em nome de todos, anuncia aos presentes em Jerusalém a novidade do cristianismo, pela ação do Paráclito, todos compreendem o que ele estava falando em seu próprio idioma (At 2,11).
Na Bíblia encontramos passagens que falam do Espírito de Deus, como um sopro de Deus, em forma de pomba e também em forma de línguas de fogo. Cada uma destas manifestações revela para nós uma característica da ação santificante do Espírito, vejamos: o sopro é doação de vida, quando Deus criou o ser humano soprou no nariz dele uma respiração de vida, e assim ele se tornou um ser vivo (Gn 2,8); Nas margens do Rio Jordão, logo depois de ser batizado por João Batista, Jesus viu o espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele (MT 3,16). Para mim, e acredito para muitos, a pomba lembra sempre bondade, amor, paz, mansidão; estas qualidades são sempre frutos da ação do Espírito Santo na vida de cada um de nós. Por ultimo, o fogo é sinal de energia, força, luz que ilumina e purifica nossas ações.
Hoje, mas Missas que celebrei, procurei falar do grande desafio dos cristãos de ontem, de hoje e do futuro em buscar sempre construir unidade na diversidade. Somos criaturas únicas, é como diz o ditado: Deus nos criou e jogou a forma fora. Cada pessoa é diferente, ninguém é cópia de outro, somos parecidos e não iguais. Esta diversidade não é um mal, mas um presente de Deus; cada um de nós temos muito a oferecer ao mundo, a Igreja. Quando encontramos aquilo que nos une, a unidade acontece de forma natural e sempre valorizando o diferente de cada um, nunca caindo na uniformidade autoritária e burra. Este milagre da unidade na diversidade é fruto da ação do Espírito Santo em nossas comunidades de discípulos e missionários de Jesus Cristo.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Maria, A Mulher Eucarística
Maria, A Mulher Eucarística
João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, NN. 53.54-55
Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja. Com efeito, Maria pode guiar-nos para o Santíssimo Sacramento porque tem uma profunda ligação com ele.
Para além da sua participação no banquete eucarístico, pode-se delinear a relação de Maria com a Eucaristia indiretamente a partir da sua atitude interior. Maria é mulher "eucarística" na totalidade da sua vida. A Igreja, vendo em Maria o seu modelo, é chamada a imitá-La também na sua relação com este mistério santíssimo.
Mysterium fidei! Se a Eucaristia é um mistério de fé que excede tanto a nossa inteligência que nos obriga ao mais puro abandono à palavra de Deus, ninguém melhor do que Maria pode servir-nos de apoio e guia nesta atitude de abandono. Todas as vezes que repetimos o gesto de Cristo na Última Ceia dando cumprimento ao seu mandato: "Fazei isto em memória de Mim", ao mesmo tempo acolhemos o convite que Maria nos faz para obedecermos a seu Filho sem hesitação: "Fazei o que Ele vos disser" (Jo 2,5). Com a solicitude materna manifestada nas bodas de Caná, Ela parece dizer-nos: "Não hesiteis, confiai na palavra do meu Filho. Se Ele pode mudar a água em vinho, também é capaz de fazer do pão e do vinho o seu corpo e sangue, entregando aos crentes, neste mistério, o memorial vivo da sua Páscoa e tornando-se assim "pão de vida"".
De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal para a encarnação do Verbo de Deus. A Eucaristia, ao mesmo tempo em que evoca a paixão e a ressurreição, coloca-se no prolongamento da encarnação. E Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida antecipando n'Ela o que se realiza sacramentalmente em cada fiel quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o corpo e o sangue do Senhor.
Existe, pois, uma profunda analogia entre o o Faça-se pronunciado por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o amém que cada fiel pronuncia quando recebe o corpo do Senhor. A Maria foi-Lhe pedido para acreditar que Aquele que Ela concebia "por obra do Espírito Santo" era o "Filho de Deus" (cf. LC 1,30-35). Dando continuidade à fé da Virgem Santa, no mistério eucarístico é-nos pedido para crer que aquele mesmo Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, Se torna presente nos sinais do pão e do vinho com todo o seu ser humano-divino.
"Feliz d'Aquela que acreditou" (Lc 1,45): Maria antecipou também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. E, na visitação, quando leva no seu ventre e o Verbo encarnado, de certo modo Ela serve de "sacrário" - o primeiro "sacrário" da história -, para o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, Se presta à adoração de Isabel, como que "irradiando" a sua luz através dos olhos e da voz de Maria. E o olhar extasiado de Maria, quando contemplava o rosto de Cristo recém-nascido e O estreitava nos seus braços, não é porventura o modelo inatingível de amor a que se devem inspirar todas as nossas comunhões eucarísticas?
07-fev-10
fonte: "O Povo de Deus - folha semanal da Arquidiocese de Brasília"
sábado, 1 de maio de 2010
Maria, Mãe da Igreja, abençoe nossas familias e sacerdotes
Mãe é sinônimo de fortaleza e de coragem! Maria foi tocada por várias “surpresas”. A primeira foi a anunciação do anjo: “O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo. Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação (Lc 1, 28-29).” A jovem Maria, ao receber a visita do anjo sentiu-se - como lia na Bíblia – interpelada pela voz de Deus, assim como os profetas. Afinal quem lhe apareceu era um anjo. Estava para acontecer algo grandioso e divino com ela. Sentiu-se “perturbada”. Qual seria o significado desta saudação tão inusitada? Mas o anjo a conforta: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1, 30-33). Maria dá corajosamente a resposta: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
A partir deste momento, sua vida está a serviço de Jesus e de sua missão no mundo. Em Belém, ela O deu à luz. Fugiu com Ele para o Egito, a fim de salvá-lo da fúria de Herodes. Em Nazaré, compõe com José o quadro de amor e colaboração mútua da Sagrada Família.
Mas surgem outras “surpresas”: aos 12 anos em sua primeira participação na festa da Páscoa, o menino se empolgou com as “coisas de seu Pai” e ficou no Templo sem ser notado. Mas, a seguir, “Jesus desceu com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe conservava todas estas coisas no coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 51-52). Sua vida estava agora para sempre ligada á de Jesus. Torna-se discípula de seu Filho e vive a alegria deste discipulado. O Documento de Aparecida diz: “A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio” (DA, 29).
E as surpresas vão se sucedendo. Jesus parte para a realização de sua missão e Maria, a “discípula” fiel está presente no momento mais difícil. Subiu com Ele ao Calvário e no momento de sua morte, “Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado, o discípulo que ele amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis a tua mãe!” (Jo 19, 26-27). E ela assiste à sua morte, acolhe-o já sem vida em seus braços de mãe e acompanha-o à sepultura. Tudo parecia terminado!
Mas a Discípula tem a surpreendente alegria de vê-lo ressuscitado e depois subindo aos céus, após ter confiado aos discípulos a missão de anunciar seu Evangelho em todo o mundo. Seguindo suas ordens, reúnem-se no Cenáculo: “Todos eles perseveravam na oração em comum, juntamente com algumas mulheres – entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1, 14). E com a vinda do Espírito Santo tem início a missão da Igreja em todo o mundo.
E esta missão sempre conta com a presença da Mãe: a Senhora do Rosário (num momento difícil da história da Igreja), Nossa Senhora de Guadalupe, (no anúncio do Evangelho nas Américas), Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida, entre nós.
Nossa Senhora do Rosário, Padroeira de nossa Diocese, nos acompanha em peregrinação em nossa missão na Baixada Santista, hoje tão marcada pela violência. Com ela, queremos ser discípulos missionários de Jesus, e levar avante nossa missão com as três prioridades: família, juventude e catequese. “A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos. O papel da mãe é fundamental para o futuro da sociedade. O pai, por sua parte, tem o dever de ser verdadeiramente pai, que exerce sua indispensável responsabilidade e colaboração na educação dos filhos. Os filhos, para seu crescimento integral, têm o direito de poder contar com o pai e com a mãe, para que cuidem deles e os acompanhem rumo à plenitude de sua vida” (Bento XVI, em Aparecida). A juventude merece todo nosso apoio para que seja construído um mundo de paz e esperança. A catequese é a alma do anúncio de Jesus nos dias de hoje.
Estamos em pleno Ano Sacerdotal: “Para cumprir sua altíssima missão, o sacerdote deve possuir uma sólida estrutura espiritual e viver toda a existência animado pela fé, esperança e caridade. Tem de ser, como Jesus, um homem que procure, através da oração, o rosto e a vontade de Deus, cultivando igualmente sua preparação cultural e intelectual” (Bento XVI, em Aparecida). Maria, Mãe da Igreja, nos abençoe, proteja e acompanhe!
Dom Jacyr Francisco Braido
quinta-feira, 25 de março de 2010
Solenidade da Anunciação do Senhor
“Ao entrar no mundo, Cristo disse: Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade” (Hb10,5.7).
A cada ano, exatamente no dia 25 de março, a liturgia quaresmal abre espaço para que os fiéis de todo mundo possam celebrar de modo solene o Anúncio da Encarnação do Filho de Deus no seio maternal de Maria Santíssima. Este grande mistério de nossa fé é narrado por Lucas no seu Evangelho, Lc 1,26-38. Podemos imaginar a reação daquela jovem tão piedosa da cidade de Nazaré, quando ouviu a saudação do Anjo Gabriel. Certamente ela ficou perturbada com tal saudação, mas não perdeu o uso da razão; prova disto é a pergunta que ela dirige ao Mensageiro de Deus: “Como acontecerá isto, já que eu não convivo com um homem?”
Quando Maria foi informada que: “ O Espírito descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra . Por isso, o menino santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.”,não teve mais dúvidas e sem reserva nenhuma se entregou nas mãos de Deus para que as promessas feitas ao Povo de Israel se cumprissem e assim o Salvador da Humanidade pudesse armar sua tenda entre nós, assumindo a nossa condição humana, menos o pecado.
Os judeus sempre esperaram um Messias para libertar seu povo da escravidão do pecado, alguns não o reconheceram na pessoa de Jesus, mas Maria o acolheu ainda criança com muito amor e carinho de mãe. Quando falamos do Mistério da Encarnação do Filho de Deus, por obra do Espírito Santo, no ventre de Maria, temos uma grande verdade de fé para ser celebrada. Devemos sempre render graças a este Deus Conosco, o Emanuel; Ele, sendo de condição divina, veio até nós para resgatar a todos da condição de pecadores. São Leão Magno em sua Epístola 28 a Flavio escreveu: “Assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem diminuir o divino”. PADRE ERMINDO RAPOZO DE ASSIS.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Perguntas
O que nós podemos dizer, fazer quando alguém proximo de nós se afasta de nossa convivencia fraterna sem dar noticias?... Já conviveram comigo vária pessoas, algumas
eu ainda considero como amigas, pois realmente são pessoas maravilhosas, mas já faz muito tempo que não dão noticias. Exsiste outtras que não foram tão amáveis e ficaram só num passado distante. Poucos mantem o vinculo de amizade e também são maravilhoas. Ao aproximar o meu aniversário, eu fico com estas indagações: por onde andam aqueles e aquelas que conviveram comigo nas decadas de setenta e oitenta? Nos anos noventa eu estava estudando no seminário de Vitória, onde conheci muita gente de nossas comunidades eclesiais, hoje convivo com os paroquianos de Santa maria de Jetibá. Será que na próxima década eu estarei em qual cidade, ainda terei noticias dos amigos e amigas desta terra pomerana? Não importa o passado nem o futuroa, o que mais é importante é o momento presente que ontem era futuro e amanhã será passado.
Que Deus possa abençoar todos os meus amigos e desconhecidos que ficaran na doce lembrança de minha juventude. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!Amém.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Vocês não podem servir a Deus
e ao Dinheiro (Mc 6,24)
Nossa campanha da fraternidade de 2010 traz o tema: “Economia e Vida” para ser assumida pelas Igrejas do CONIC (Conselho Nacional de Igreja Cristãs do Brasil). Desde o ano dois mil, de cinco em cinco anos, as Igrejas do conselho procuram refletir sobre um determinado tema de interesse comum.
Neste ano a Campanha Ecumênica da Fraternidade tem como objetivo geral: “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço das Igrejas cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão”
Alguns podem perguntar: por que a Igreja está preocupada com economia, não devia apenas falar de jejum, oração e esmola nesta quaresma? Certamente nossa liturgia quaresmal traz sempre textos bíblicos que falam de jejum, oração e esmola; contudo não podemos falar de esmola sem um senso crítico da realidade econômica mundial que visa somente o lucro do capital e não a dignidade da pessoa humana.
Diante deste gigantesco desafio, as Igrejas Cristãs querem nos alertar: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” A verdadeira economia deve estar a serviço da vida e proporcionar a todos os povos e nações reais possibilidades de desenvolvimento. Para nossa oração pessoal, podemos perguntar: DEUS ESTÁ REALMENTE EM PRIMEIRO LUGAR NA MINHA VIDA?
PE Ermindo Rapozo de Assis
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Festa da Apresentação do Senhor
José e Maria apresentam no Templo de Jerusalem a "A LUZ DAS NAÇÕES", A GLÓRIA DE ISRAEL". É assim que o Simeão fala de Jesus na sua oração de louvor a Deus por ter tido a graça de ver e tomar em seus braços o Menino Jesus. Nós cristãos também temos o privilégio de ver e comungar o Corpo e Sangue de Jesus nas Celebrações Eucariíticas; será que todas pessoas que comungam nas Missas tem a mesma explosão de alegria e contentamento do Velho Simeão e da Profetisa Ana?.... Antes de 1969, esta festa era conhecida como: festa da Purificação de Maria Santíssima, que se dava qwuarenta dias após o nascimento de Jesus. Com o novo Calendário Romano, esta festa passou a ser chamada de: Apresentação do Senhor.
Na piedade popular mariana, o povo celebra neste dia: Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Candelaria. Sem deixar de ser mariana, esta festa é em primeiro lugar um festa cristológica, pois é Jesus o centro das atenções, conforme verificamos no texto bíblico que Lucas escreveu(Lc 2,22-40). Maria é mãe, José, o pai adotivo, Jesus é o Salvador da Humanidade.
Maria Santíssima é quem apresenta o Messias esperado para todos nós, assim o povo a denominou Senhora da Luz que é Jesus Cristo, é como a lâmpada que colocamos em nossa casa; sem energia temos só a lampada. Maria sem Jeus não tem valor em si mesma.