“As alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angustias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos
aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e
angustias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente
humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada
por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua
peregrinação em demanda do Reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para
comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada
ao gênero humano e à sua historia.”
Assim
começa esta Constituição Pastoral do Concilio Vaticano II que recebeu 2.309
votos favoráveis, 75 contrários e 07 nulos em sua ultima votação dia 07 de
dezembro de 1965. O Papa Paulo VI afirmou em sua homilia no Natal do mesmo ano
que “ o encontro da Igreja com o mundo atual foi descrito em páginas admiráveis
na ultima constituição do concilio. Toda pessoa inteligente, toda alma honrada
deve conhecer estas páginas”. Com certeza ainda hoje o conteúdo deste documento
conciliar deve nos ilumina no diálogo com o mundo moderno do nosso século.
Na
sua primeira parte a Gaudium Et Spes fala sobre a Igreja e a vocação do Homem;
ressaltando a dignidade da pessoa humana, sua comunidade, sua atividade e o
papel da Igreja no mundo. A segunda parte aborda alguns problemas mais
urgentes, como a promoção da dignidade do matrimonio e da família, a promoção
do progresso cultural, a vida econômica-social, a vida da comunidade política e
a promoção da paz e da comunidade internacional.
A
Doutrina Social da Igreja tem uma riqueza enorme de documentos pontifícios que
trazem para nós o pensamento dos sumos pontífices sobre os desafios da Igreja e
da sociedade de um modo geral, estudando estes escritos, percebemos que a nossa
Igreja nunca esteve alheia aos desafios da sociedade; inspirada na Bíblia e na
Tradição, nossos pastores vão nos orientando num diálogo permanente com a
sociedade de nosso tempo. A Rerum Novarum de Leão XIII (15 de maio de 1891 abriu um caminho de estudo da questão social à
luz da doutrina cristã, depois desta Enciclica, outros documentos foram
publicados: Mater ET Magistra de João XXII, Pacem in Terris de João XXIII,
Ecclesiam Suam de Paulo VI, Populorum Progressio de Paulo VI, Octogesima
Adveniens de Paulo VI, Laborem Exerens de João Paulo II e Sollicitudo Rei Socialis.
Sobretudo
depois do Concilio Vaticano II, a Igreja Católica no Brasil passou por uma
grande renovação, as Ceb’s se firmaram como um novo jeito de ser Igreja, a
Campanha da Fraternidade se fortaleceu com temas sociais e o diálogo ecumênico
está crescendo no meio de nossas comunidades eclesiais. Tudo isto motivado pelo
constante estudo bíblico e ação pastoral de nossos leigos em comunhão com os
padres, bispos, diáconos, religiosos.
PADRE ERMINDO RAPOZO DE ASSIS
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